É jornalista e atua como documentarista com temáticas relacionadas a gênero e sociedade. Eliza estreou seu terceiro longa Espero tua (re)volta no Festival de Berlim (2019).
Autor: admin
Alice Riff
Diretora do filme Eleições, roteirista e produtora. Seu primeiro longa metragem como diretora, “Meu corpo é político”, teve estreia na mostra Regard Neuf (novos olhares) do Festival Visions du Réel, e ganhou os prêmios de Melhor filme brasileiro no Olhar de Cinema Curitiba e Melhor Filme no Lovers Film Festival – Torino LGBT Film Festival. Dirigiu também o filme “Platamama”.
Foto: Roberto Setton 22/02/2019
Gabriela Romeu
Jornalista especializada em produção cultural para a infância e culturas infantis, escritora e documentarista. Desde 1999, escreve sobre e para crianças em jornais, produz livros, filmes e exposições para crianças, e é uma das idealizadoras do projeto Infâncias (www.projetoinfancias.com.br), que registra a vida de meninos e meninas pelo Brasil. É autora de livros como Terra de Cabinha e Lá no Meu Quintal, publicados pela editora Peirópolis. E parceira da Ciranda de Filmes desde a sua primeira edição.
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Alemberg Quindins
Músico de formação popular, empreendedor social, escritor e artista plástico autodidata. Em 1992, restaurou a primeira casa grande da fazenda que deu origem ao município de Nova Olinda, no Ceará, e criou a Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri, uma organização social que tem como missão ser um lugar de vivência em gestão cultural e social para crianças e jovens. Pela sua atuação, recebeu comendas de Cavaleiro na Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura do Brasil (2004), Medalha do Mérito da Farroupilha pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul – (2007), Comenda João Luiz Ramalho de Oliveira pelo Sistema Fecomércio Ceará (2014), Medalha da Abolição pelo Governo do Estado do Ceará (2017), Título de Dr. Honoris Causa em Ciências Sociais pela Universidade Regional do Cariri – URCA (2018) e Título de Notório Saber em Cultura Popular pela Universidade Federal do Ceará (2019). Como consultor da Unicef participou da criação dos programas de rádio de criança para criança junto às rádios nacionais de Angola e Moçambique. Foi gerente de cultura do SESC Rio de Janeiro (2018) e atualmente é assessor de relações institucionais do SESC Ceará. Atualmente é professor do Curso de Pós-graduação Latu Sensu em Arqueologia Social Inclusiva pela Universidade Regional do Cariri – URCA e Investigador do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimônio – CEAACP da Universidade de Coimbra – Portugal.
Troca de experiências
com a natureza entre famílias.
Como será:
Caixas da Natureza é uma brincadeira de trocas entre FAMÍLIAS de todo o Brasil. A ideia dessa brincadeira, é que os participantes conheçam a natureza presente nos locais onde vivem, brincam e experimentam no seu cotidiano.
Cada família inscrita irá criar uma caixa com as suas boas experiências com a natureza. Dentro cabe fotografia, carta, elementos como folhas, gravetos, sementes e conchinhas, postais, e o que mais registrar a sua relação com a natureza.
A partir dos dados dos participantes, criaremos uma ciranda de trocas.
Acreditem! Para viver essas boas experiências, não é preciso viajar para lugares distantes da cidade. Basta abrir os olhos e perceber que está à sua volta! Pequenas caminhadas no entorno do bairro, praças, parques, ou na sua própria casa, podem ser muito significativas quando se está presente e atento à natureza.
Ana Carol Thomé é pedagoga, especialista em educação lúdica, psicomotricidade e educação inclusiva. Professora da Rede Pública, atua no programa de inclusão escolar. Idealizou e coordena o programa Ser Criança é Natural do Instituto Romã desde 2013. Trabalhou em Escolas da Floresta no Reino Unido e pesquisa iniciativas que relacionem educação e natureza pelo mundo. Estuda a abordagem Pikler e desenvolvimento infantil. Professora por profissão, educadora de coração, brincante desde o nascimento. Acredita no poder da infância e que o mundo pode ser melhor.
Ser criança é natural nasceu em 2013, com a chegada de Ana Carol Thomé ao Instituto Romã. Desde então atuamos em duas frentes – família e educação, promovendo experiências para as crianças e formação para os adultos.
Dentre as ações realizadas estão os encontros e as oficinas para brincar com a natureza em família, formações de educadores, cursos virtuais, rodas de conversa, palestras, assessoria em escolas e a brincadeira Caixas da Natureza.
Para quem:
50 famílias participantes
Quando:
1.º encontro
dia 8/11, domingo, às 11h
2.º encontro
dia 15/11, domingo, às 11h
semana de envio
do dia 16/11 ao dia 20/11
3.º encontro
dia 6/12, domingo, às 11h
Onde:
Online, pela plataforma ZOOM
documentário, Brasil, 2019, 12 min, livre
sugestão: 9+
Adriana é uma brasileira aspirante a cineasta que viaja a Cuba para estudar documentário na famosa Escuela Internacional de Cine y TV. Sem saber falar espanhol, Adriana encontra Arislay, uma esperta e corajosa garota de nove anos, que vive no pequeno Pueblo Textil, um povoado abandonado pelo tempo. É ali – no campo, em uma caverna, ao lado de bichos e das amigas – que Ari ensina as novas palavras à estudante, que faz um filme enquanto aprende.
disponível de 04 a 11 nov.
trailer
Direção : Adriana de Faria
Direção de Fotografia : Adriana de Faria
Roteiro : Adriana de Faria
Produção : Ariadna Acosta
Montagem : Ariadna Liz Pimentel
Design gráfico : Adriana de Faria e Alexandre Nogueira
Desenvolve conteúdos para crianças de 0 a 5 anos que as possibilite ter uma experiência que nutra sua inteligência emotiva, corporal e semântica.
BebeLume é uma criação surgida da parceria entre Clarice Cardell e Leonardo Hernandes que tiveram seu primeiro encontro no grupo teatral “Esquadrão da Vida” dirigido por Ary Para-raios onde protagonizaram o famoso casal Shakespeareano em “Na Rua Com Romeu e Julieta” por cerca de 3 anos no início dos anos 90.
Passados quase 20 anos, se reencontraram na vontade de desenvolver conteúdos audiovisuais para a primeira infância capaz de oferecer uma alternativa poética dentro do espectro da produção vigente, principalmente no ambiente da internet, propiciando uma aproximação diferente da arte audiovisual e da primeira infância.
Surge, assim, a ideia de criar o Canal BebeLume para oferecer aos bebês e crianças e seu entorno adulto uma experiência estética diferenciada, onde a infância é tratada com respeito e sensibilidade, contemplando toda a potencialidade poética com a qual nasce o ser humano.
Por que criar audiovisual para a primeira infância?
Nossa equipe entende que o lugar de criança é no brincar, no afeto e na participação em atividades vivas, onde as crianças tenham espaço para ser sujeitos competentes e sensíveis. Entretanto, sabemos que hoje em dia é praticamente impossível de manter as crianças blindadas da realidade audiovisual de celulares, tablets ou televisores.
Sendo assim, propomos a criação de um conteúdo audiovisual diferenciado, que tenha sempre o acompanhamento e mediação dos pais e que seja oferecido de forma parcimoniosa. Obras que ofereçam um momento de compartilhamento e ajam como objeto transacional entre a relação dos adultos e crianças.
Criações audiovisuais de qualidade que proporcionem um encontro especial da infância com a arte.
Protegidos da Publicidade Infantil Abusiva
É muito frequente em diferentes plataformas de obras audiovisuais infantis, a publicidade infantil disfarçada, incentivando o consumismo na infância. Nossa plataforma tem o compromisso de entender a criança como sujeito competente e sensível e não como um consumidor de entretenimento.
Não a violência
Nosso canal entende o perigo do impacto de videogames e produções audiovisuais violentas na infância, que gera comportamento agressivos e diminuição da empatia e da interação social.
Estabelecendo limites
É importante estabelecer regras e limites no contato audiovisual na infância. O limite do tempo é uma delas. Cabe ao pai dosar com o bom senso. A orientação da AAP (American Academy of Pediatrics) é de que o limite diário seja de 1 hora. O resto do tempo é sentar e brincar…
Conheça mais o BebeLume
através de suas criações.
Série Inspira Fundo – 1ª Temporada
A primeira série de 12 vídeos é a Inspira Fundo (Brasília-DF, 2018), que foi patrocinada pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. Passeando por diferentes temas como o nascimento, o quadrado e redondo, o sim e o não entre outros, os vídeos utilizam a manipulação de objetos e a trilha sonora original criada por Lupa Marques e Jota, para construir uma narrativa poética criando um mundo de significados imagéticos. A dramaturgia, construídas pelos objetos, sons e interpretações de Clarice e Gabriel Guirá, estão estruturadas a partir dos temas, mas mantém a liberdade para a livre da imaginação dos bebês.
Os vídeos são gravados inteiramente em estúdio, com um fundo preto, onde dois atores (um homem e uma mulher) realizam a manipulação e animação de objetos. O protagonismo dos objetos e sua manipulação privilegiam o aspecto lúdico e formal dos objetos “matriz”, ou seja, objetos com formas claras, limpas, com cores básicas, facilmente reconhecíveis, onde há espaço para o espectador construir a leitura poética e multi- semântica das dinâmicas audiovisuais apresentadas, fazendo uma viagem pelos sentidos visuais, sensoriais, arquetípicos e mitológicos dos símbolos abordados em cada episódio. Os vídeos levam, através de uma conjunção de construção de imagens de objetos manipulados, coordenados com a trilha sonora, a um exercício visual e rítmico, orquestrados por uma trilha sonora original, composta paralelamente ao processo de elaboração dos vídeos. Para tal, elementos rítmicos extraídos da sonoridade dos próprios objetos, captados no set de filmagem são conjugados com a trilha sonora criada posteriormente em pós-produção em estúdio, utilizando uma sonoridade diegética.
Ficha Técnica
Roteiro e Direção: Clarice Cardell
Direção de Fotografia e Montagem: Marcelo Barbosa
Trilha Original: Lupa Marque e Jota Dale
Manipulação de Objetos e Interpretação: Clarice Cardell e Gabriel Guirá
Direção de Arte: Sarah Noda
Iluminação: Carlos Laredo
Produção Executiva: Leonardo Hernandes
Assistência de Produção: Tatiana Restrepo,Rodrigo Hudson, Jonatan Silva, Herbert Lins.
A Série MAKURU – Canções de Berço
Makuru: canções de berço, é a segunda serie do Canal Bebelume, onde 10 vídeos poético-musicais mesclam live-action (não-ficção) e animação, em construção imagética de canções de ninar de todas as regiões do Brasil. Um personagem-bebê transita por todos os episódios, buscando e apreciando os vários tipos de vivência na primeira infância, em diálogo com as memórias infantis dos adultos que convivem com as crianças. Com a colaboração da pesquisadora Lucilene Silva, a série aproxima a diversidade musical da influência de diferentes regiões do Brasil, focando no repertório instrumental de cada Estado, buscando sonoridades e visualidades elementares de cada lugar, em diálogo profundo com a sensibilidade infantil, sua capacidade de descoberta atenta sensível do mundo.
A canção de berço pode ser considerada
um dos primeiros objetos culturais ao que o ser humano é exposto.
O medo da morte (perdas, despedidas, separações), presente nos cuidados maternos, paternos e de outros adultos com as crianças pequenas, especialmente com os recém-nascidos penetra as canções de ninar em diferentes culturas, expressando-se em vários elementos. Neste sentido, a série contou com uma extensa pesquisa regional em cada contexto de cada canção, para se aprofundar nas referências estéticas de cada contexto cultural, para a elaboração dos roteiros.
A canção de ninar brasileira é uma expressão que integra vários termos como acalanto, nana-nenê, dorme-nenê, canção ou cantiga de berço, makuru, cantiga de ninar de embalar, de acalentar, todas designações brasileiras para as canções entoadas para conduzir ao sono as crianças pequenas. Todas se referem a um mesmo gênero poético-musical, entretanto há nuances que as diferenciam no campo dos estudos da cultura e da música popular, nos limites e permeabilidades entre as produções folclóricas, populares e eruditas. Estas questões permitem uma extensa abordagem na serie, facilitando uma diversidade de leituras da matéria pesquisada em diversas temporadas.
Ficha Técnica
Direção: Clarice Cardell
Roteiro: Clarice Cardell e Vanessa Fort
Direção de Fotografia: Marcelo Barbosa
Trilha Original: Lupa Marque e Jota Dale
Diretor de Arte, Diretor de Animação e Montagem: Ricardo Makoto
Pesquisa Cultura Tradicional da Infância: Lucilene Silva
Assistêcia de Produção: Juliana Caribé
Coordenação de Produção: Leonardo Hernandes
Coordenação Geral: Centro da Cultura Popular Brasileira – CEPOP
Co-produção: Makoto Studio
Realização: BebeLume Produções Ltda.
Série GRÃO JETÊ (em finalização)
Uma série de 8 episódios em que a linguagem do vídeo-dança se relaciona com um público muito especial – a primeira infância. Um mergulho na poesia corporal provocada por sonoridades e movimentos.
Utilizando uma trilha sonora totalmente original, partituras corporais são construídas a partir de temáticas que dialogam com as crianças em seus primeiros anos. Temas como a identidade corporal, o mundo das cores, os animais, a maternidade, a comida, as formas geométricas, ou jogos lúdicos sonoros ou de perseguição se materializam através da colaboração com diferentes bailarinos.
Dança balinesa, contemporânea, flamenca ou acrobacias e soul se aproximam do público de adultos e crianças, em diferentes estilos para mobilizar e oportunizar a pais, mães e crianças para viverem conjuntamente uma experiência estética inovadora em que todos possam explorar suas possibilidades e pontencialidades.
A dança é uma manifestação artística profundamente orgânica e universal que nos possibilitou produzir imagens capazes de capturar os bebês por aquilo que eles estão aprendendo a dominar: o corpo.
Ficha Artística
Roteiro e Direção: Clarice Cardell
Direção de Fotografia: Marcelo Barbosa
Assistência de Câmera: Juliana Caribé
Trilha Original: Lupa Marque e Jota Dale
Coordenação Coreográfica: Tiana Oliveira
Consultoria Coreográfica: Hugo Rodas
Assistência de Produção: Lemar Rezende e Herbert Lins
Iluminação: James Festenseifer
Montagem: Eduardo Garces
Produção: Leonardo Hernandes
Intérpretes: Tiana Oliveira; Fernanda Cabral; Edson Beserra; Elisa Carneiro; Ulysses X; Cirila Targuetta; Maíra Moraes; Daniel Lacourt; Júlia Henning
Realização: BebeLume Produções Ltda.
Direção e Roteiros
Clarice Cardell é formada em artes cênicas pela Universidade de Brasília e com especialização em cinema no NIC (Nucleo de Investigacion Cinematográfica de Madri) e pós-graduada pela Real Escuela Superior de Arte Dramatico de Madri. Fundadora, diretora e atriz da companhia teatral, La Casa Incierta, que é a companhia com o nome de maior destaque no campo do Teatro para bebês na Espanha e no Brasil, com um repertório 12 espetáculos para crianças. A atriz atuou em diversas temporadas no Brasil e em países como a França, Bélgica, Itália, Portugal, Holanda, Israel, Finlândia e Rússia. Realiza a curadoria e produção do Festival Primeiro Olhar – arte pela primeira infância, coordena o GT Cultura na Rede Nacional pela Primeira Infância e colaborou na coordenação do I Encontro Cultura e Primeira Infância, realizado em 2015 em parceria com o Ministério da Cultura. Em 2017, recebeu em Washington o prêmio internacional ALAS BID (Banco Interamericano Mundial), concedido como iniciativa inovadora para a primeira infância.
Produção Executiva
Leonardo Hernandes formado em Gestão de Políticas Públicas e Mestre em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional pelo Culturais do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB. Além de cursos complementares em Gestão Cultural pela UnB/Minc, Gestão Contemporânea de Espaços Culturais, Produção Executiva e Crítica Teatral. Foi Subsecretário de Fomento da SECULT do DF entre 2011 e 2014 responsável pelo Fundo de Apoio à Cultura – FAC e Diretor de Gestão de Mecanismos de Fomento do MinC entre 2015 e jun./2016, responsável pelo Fundo Nacional de Cultura e Vale-Cultura. Fundador da Rede Nacional de Gestores de Fomento. Foi produtor do Jogo de Cena por 8 anos. Produziu as bandas Casa de Farinha, Moveis Coloniais de Acaju, diversas peças teatrais e o curta-metragem “De perto, quem é normal?”. Iniciou sua carreira como ator em 1991 no Grupo A Culpa é da Mãe (atual Melhores do Mundo) e atuou em mais de 15 espetáculos de teatro e dança. Tem uma longa carreira no audiovisual como ator de TV e Cinema. Foi Secretário Executivo do Programa Território Criativo, iniciativa voltada para a capacitação e consultorias em economia criativa, realizada pelo Instituto Bem Cultural – IBC. Foi Coordenador Geral da gestão e programação do Espaço Renato Russo 508 Sul pelo IBC. Além de ser o Produtor Executivo do BebeLume, Léo Hernandes atua no terceiro setor compondo o Instituto Bem Cultural – IBC.
Alexandre Rampazo, Lúcia Hiratsuka, Aline Abreu e outros escritores, ilustradores e profissionais do livro dividem suas histórias preferidas sobre sonhos
Por Renata Penzani, jornalista especialista em literatura infantil
“ – Acorde, querida Alice – dizia sua irmã – mas que sono pesado você teve!
– Ah, eu tive um sonho tão esquisito! – disse Alice. E pôs-se a contar à irmã, até quanto podia se lembrar, todas essas estranhas Aventuras que vocês acabaram de ler. E quando terminou, sua irmã beijou-a, dizendo:
– Foi um sonho bem curioso, sem dúvida, minha querida , mas agora corra, é hora do chá, e já está ficando tarde.
Alice levantou-se e saiu correndo, pensando, enquanto corria, que sonho maravilhoso tinha sido aquele.”
O diálogo acima faz parte de uma obra mística, mágica e – por que não? – algo lisérgica da literatura para crianças. Estamos falando de “Alice no País das Maravilhas”, uma das narrativas oníricas mais conhecidas do repertório literário mundial. Até os dias de hoje, mesmo passado mais de um século de sua publicação, o livro ainda é um símbolo histórico de resistência contra o conservadorismo cultural.
Na história, uma menina chamada Alice está entediada folheando um livro sem figuras quando de repente avista um coelho branco e adentra um mundo desconhecido. Tudo acontece depois que ela dorme debaixo de uma árvore na companhia da irmã.
Publicada pela primeira vez em 1865, a viagem-sonho de Alice atravessou os tempos com uma espantosa atualidade, e se transformou em referência quando o assunto é a relação entre a literatura e o universo onírico.
Afinal, um texto do século XIX não perder sua força é indício de que sonhar continua sendo ao longo dos tempos uma possibilidade universal de superação do real. Como diria a canção de Milton Nascimento, “sonhos não envelhecem” e nem têm pavio. Sua inacabável chama acesa parece ser, sempre, a necessidade humana de ir além da realidade.
Aqui, vamos refletir um pouco mais de perto sobre esse ponto de contato entre a ficção e o sonho, a partir de uma pergunta: qual o lugar do sonho na literatura dita “para crianças”? (e aqui as aspas envolvendo o adjetivo não são por acaso, afinal, a delimitação etária não deve limitar a quem serve uma história).
Infância e sonho
Em “Alice no país das maravilhas”, um detalhe logo no início do livro faz toda a diferença na interpretação do que se passa: dentre as duas irmãs, uma delas vai, enquanto a outra fica. Uma está com os pés fincados na realidade, que lhe parece tão insuficiente quanto passível de ser superada, enquanto a outra passa a seguir um despropositado coelho falante e apressado. Ou seja, quais são as bases que nos prendem a experiência concreta, e como elas dialogam com as visões do sonho?
Se pensarmos na função social do ato de ouvir e contar histórias, podemos entender que o gesto de imaginar outros mundos além deste é uma forma de não sucumbir à ideia de que isto que vemos é tudo o que existe. Não é à toa que, desde o nascimento, estamos sempre contando coisas uns aos outros. “O universo é feito de histórias, não de átomos”, já diria a poeta Muriel Rukeyser, em “The speed of darkness”.
No célebre livro “O círculo dos mentirosos”, Jean-Claude Carrière compartilha sua ideia de que as narrativas que ouvimos na infância são a nossa primeira catapulta rumo ao além-mundo. “É por meio do ‘era uma vez’ que o ato de ir além do mundo, em outras palavras, a metafísica, é introduzida na infância de cada indivíduo, e talvez também na dos povos, a ponto de muitas vezes fazer se aprofundar ali uma raiz tão forte que nos faz tomar nossas invenções humanas, toda nossa vida, por uma realidade que não admite nenhuma discussão.”
Da mesma forma como o fazem as histórias, o ato de sonhar nos coloca em contato com outras narrativas de nós e dos nossos mundos individuais e coletivos, ao juntar e sintetizar imagens e aprendizados vividos quando estamos acordados. Segundo o neurocientista Sidarta Ribeiro, no livro “Oráculo da noite”, “a matéria dos sonhos é a memória; ninguém sonha sem ter vivido”. Para ele, “o sonho é um simulacro da realidade feito de fragmentos de memórias”. Nesse sentido, sonhos parecem se mover com a mesma engrenagem das histórias: o desejo de nos imaginarmos outros. “O sonho é a imaginação sem freio nem controle, pronta para temer, criar, perder e achar”, diz o pesquisador.
No final do livro de Lewis Caroll, é a vez de a irmã de Alice passar a sonhar, momento em que ela própria passa a tornar concreta a imensa quantidade de maravilhas vivenciada pela protagonista. “E enquanto escutava – ou pensava escutar, todo o espaço em torno dela tornava-se povoado das estranhas criaturas do sonho de sua irmãzinha”, escreve Carroll.
Por que o escritor escolheu esse desfecho, e não outro? Por que em uma das histórias mais conhecidas da literatura clássica infantil a realidade é apresentada como aquilo que acontece no espaço entre duas dimensões? Ao leitor, fica a dúvida de qual delas é a verdadeira, se tudo de fato não passou de sonho ou se, ao contrário, o que chamamos de realidade na verdade talvez não passe de uma mal ajambrada ilusão.
Parte daí a pergunta que move este texto e a própria edição 2020 da Ciranda de Filmes: afinal, qual o papel do sonho na vida das gentes desse mundo?
A jornalista Cristiane Rogerio, em um texto publicado em seu site Esconderijos do tempo, faz pensar na proximidade entre brincar e reinventar a vida – portanto, sonhar.
“Certa vez, Lewis Carroll escreveu numa carta para uma criança sua amiga: “Você costuma brincar de vez em quando? Ou a ideia que você faz da vida é ‘café da manhã, fazer lições, almoço, fazer lições e assim por diante?… Essa seria uma forma muito organizada de viver, e seria tão interessante quanto ser uma máquina de costura ou um moedor de café”.
A ciência tem numerosas e diferentes respostas à pergunta “por que sonhamos?”. Mas afinal, na melhor das hipóteses, sonhamos e imaginamos outros mundos para escapar de viver como máquinas. Não por acaso, tudo o que existe foi, antes, o sonho de alguém.
Vamos à lista de livros!
Para fazer coro à famosa ideia de que sonho sonhado junto é quase realidade, convidamos 13 profissionais do livro para repercutir suas noções do que é, como é, e onde aparece o sonho nos livros para crianças. A lista abaixo foi produzida coletivamente, e cada obra foi sugerida por um profissional diferente ligado ao livro e à infância.
Aproveite as dicas e boa leitura!
Os convidados de senhora Olga, de Eva Montanari
(Jujuba)
“As imagens delicadas são muito divertidas e apresentam cenas com um nonsense que reforçam toda a atmosfera de um tipo especial de sonho: o sonhar acordado da imaginação. A escritora e ilustradora italiana Eva Montanari cria imagens luminosas e emprega a técnica do pastel seco de modo que cada elemento das cenas parece brotar do papel. Nessa história, Eva nos conta sobre uma senhora que vive sozinha no alto de uma colina. A senhora Olga não vê com os olhos mas sabe muito bem quem vem para jantar todas as noites, sempre um convidado diferente, cada um com suas manias. Eva Montanari apresenta uma série de convidados que são personagens de outras obras literárias bastante conhecidas e, ao final, quando descobrimos um segredo… as ilustrações mais uma vez mostram o poder mágico da imaginação. São muitos os livros que nos fazem sonhar com coisas que nunca vimos, viajar para muito longe ou bem para dentro, de olhos fechados ou abertos. É bom demais estar perto desses livros”.
Aline Abreu, escritora e ilustradora
“Hora de sair da banheira, Shirley!”, de John Burningham (Cosac & Naify)
“Tem este sonhar que habita na criança, esteja ela dormindo profundamente e navegando em seus sonhos mais profundos ou, o que é mais fascinante, quando a criança está desperta dentro da possibilidade que brota na poesia que percebe na vida, e ainda assim, se permite sonhar. A menina Shirley, na hora do banho, na contramão dos pedidos da mãe, sonha que, naquele momento que só à ela pertence, outros mundos são possíveis. O encantamento que há no livro é justamente esse: percebermos que para a criança, não há constrangimentos em habitar outras realidades e possibilidades do sonhar a todo momento, mesmo que estes sonhos aconteçam longe do travesseiro.”
Alexandre Rampazo, escritor e ilustrador
“A casa da madrinha”, de Lygia Bojunga
(Casa Lygia Bojunga)
“‘A casa da madrinha’, de Lygia Bojunga. Essa casa é o lugar do sonho que dá sentido à vida dura do personagem Alexandre, menino pobre, que vende sorvete na praia para ajudar a família. É um texto recheado de simbologias e fiquei impressionada pela forma como a autora conseguiu mesclar realidade e fantasia para falar de emoções tão profundas. Os diálogos ágeis também me encantaram.”
Lúcia Hiratsuka, escritora e ilustradora
A bicicleta que tinha bigodes, de Ondjaki
(Pallas)
“Eu não sei andar de bicicleta. Parece bobo, mas é um sonho que estou tentando realizar mesmo depois de virar “gente grande”. É por isso que indico o livro “A bicicleta que tinha bigodes”, obra infanto-juvenil do escritor angolano Ondjaki, que trouxe para mim a conexão com um sonho antigo. Esta é uma história que nos conduz a ver leveza e encanto na vida, mesmo diante de um cenário conturbado. Mostra também o papel da criança como símbolo de esperança e fonte de inspiração para a literatura em tempos difíceis.”
Kemla Baptista, contadora de histórias, educadora e autora
“Mandela, o africano de todas as cores”, de Alain Serres; Zaü
(Pequena Zahar)
“Quem sonha um país? Como viveriam as pessoas no país dos seus sonhos? O que fazer para se tornar realidade? Estas são algumas perguntas que o livro ‘Mandela, o africano de todas as cores’, de Alain Serres e Zaü desenha em texto, projeto e imagens um sonho que podemos chamar de coletivo e que passa por pesadelos descoloridos (ou sonhos reprimidos?) até uma conquista que muitos acreditavam ser apenas utopia da África do Sul de então! E como sonhos realizados inspiram novos sonhos!”
Magno Rodrigues Faria, educador, contador de histórias, e coordenador pedagógico do Instituto Acaia
Sulwe, de Lupita Nyong’o – (Rocco Pequenos Leitores)
“Sulwe é a história de uma menina negra retinta que vive com a mãe, o pai e a irmã, negros de pele mais clara. Com o tempo, ela se vê diferente da família e de todos que a cercam. A menina quase não têm amigos, ao contrário da irmã, que vive sendo elogiada por sua beleza e claridade. Sulwe começa a viver infeliz com a sua aparência; triste pelos cantos. Sua mãe, ao perceber, explica sobre as diferentes belezas que há no mundo. Ela entende com a cabeça, mas não com o coração. Certa noite, uma estrela cadente aparece em seu quarto e lhe conta uma história. Através do sonho, a menina compreende o encanto da sua pele, escura como a noite. Nessa fábula, percebemos o sonho, não como uma experiência cotidiana, mas como um exercício de busca por orientação para as escolhas da vida. Há quem encontre nos sonhos a cura, a inspiração e a resolução de questões práticas. Por vezes, o que não discernimos racionalmente, se manifesta e se resolve através dos nossos sonhos.”
Anderson Barreto, ator, performer e contador de histórias
“Barriga de Baleia”, de António Jorge Gonçalves
(MOV Palavras)
“Comecei distraidamente, lendo para o meu filho Benjamin, numa noite qualquer de uns 3 anos atrás, minha relação com esse livro do português António Jorge Gonçalves. Adultos que dormem. Uma criança – Sari – que pode ser inteira enquanto os adultos se entregam ao sono/sonho. Sari também pode sonhar, desobedecer os limites da “própria casa” para avançar rumo a uma experiência do litoral da paisagem até o mar bravio das vontades. Engolida por uma baleia, como Jonas, Gonçalves ilustra as emoções oceânicas da personagem. Os adultos despertam quando tudo pode ser devolvido a alguma normalidade. E esse será o retorno da menina ao aconchego da própria cama. Talvez só haja repouso para uma criança, quando sua parentalidade encontra a justa medida entre o sono e a vigília.”
Giuliano Tierno, educador, contador de histórias e gestor da A Casa Tombada
O Cântico dos Cânticos, de Ângela-Lago
(Sesi-SP)
“Em que lugar seria possível encontrar reunidos um poema de amor escrito há 3 mil anos, labirintos, espirais, o dia e a noite, as obras do artista Escher, iluminuras medievais e islâmicas, encontros e desencontros, o fim e o começo? Em um sonho, é claro! Quando abrimos o livro ‘O Cântico dos Cânticos’, da incrível artista Ângela Lago, é como se estivéssemos entrando em um sonho. Ele traz aquela sensação de deslumbramento e mistério tão própria do universo onírico. Como é próprio de uma obra de arte, ‘O Cântico dos Cânticos’ se abre para uma infinidade de leituras, possibilitando que o leitor viva de fato uma experiência, bastando apenas que sejam sensíveis às delicadezas da arte e do amor.”
Amanda Miorim, professora e contadora de histórias
O meu amigo pintor, de Lygia Bojunga
(Casa Lygia Bojunga)
“Em ‘O meu amigo pintor’, meu texto preferido de Lygia Bojunga, dois sonhos do menino Cláudio, devastado pelo suicídio do seu melhor Amigo, são verdadeiras encruzilhadas que misturam memória e arte, vida e morte. Neles, o menino traz à vida um quadro abstrato do seu Amigo — a obra de um artista é, afinal, uma chave para sua vida e, às vezes, para sua morte. No primeiro sonho, Cláudio se assombra com o Amigo no papel de fantasma, deslocado no teatro da vida, perdido no palco da morte, quase arrependido de tê-la escolhido, num limbo que é dele e também do menino. No segundo, mais conciliador, as três grandes paixões do pintor em vida (a pintura, a política e Clarice) asseguram a Cláudio que seu Amigo vai viver feliz e em paz para sempre na morte. Tal qual uma tinta incorpora outra, seu amor pelo Amigo toda-a-vida absorve, aos poucos, seu luto e incompreensão, e então uma paz muito pequena, muito grande, abraça Cláudio e o leitor.”
Guilherme Semionato, escritor
Histórias de índio, de Daniel Munduruku
(Companhia das Letrinhas)
“Meu primeiro livro, ‘Histórias de índio’, tem um conto intitulado “O menino que não sabia sonhar”. O conto narra como um curumim, que nasceu com o dom para ser pajé, teve que aprender a arte do sonhar para poder seguir seu caminho como curandeiro dentro de sua comunidade.”
Daniel Munduruku, escritor e professor
Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll – (Clássicos Zahar)
“Difícil escolher uma única obra sobre sonhos, acredito que o motivo da viagem à mundos oníricos esteja na própria raíz de se contar histórias. ‘Alice no país das maravilhas’, de Lewis Carroll e “A menina do narizinho arrebitado” de Monteiro Lobato são marcos da literatura infantil que bebem dessa fonte. Mas vamos lá: logo de saída me vem ao coração ‘Little Nemo in Slumberland’, do genial Winsor McCay, um dos pais do cinema de animação. Seu traço elegante e maravilhosas aquarelas narravam as aventuras insólitas, cheias de beleza e toques de surrealismo no reino de Morfeu. Histórias que sempre terminavam com o menino Nemo despertando em sua cama. O mestre Maurice Sendak, em seu ‘In the Night Kitchen’ faz reverência ao pequeno Nemo. Em meu trabalho, ilustrei algumas histórias tendo sonhos como matriz, uma delas é ‘Sonhe-me!’, livro com bonito texto da escritora Padmini. Para narrar em imagens esta história, busquei abrigo nesses gigantes e também no querido Eduardo Galeano com seu ‘O livros dos abraços’ e seus sonhos de Helena.”
Mateus Rios, ilustrador
Harvey – Como me tornei invisível, de Hervé Bouchard e Janice Nadeau
(Pulo do Gato)
“É um livro em que o sonho se contrapõe à realidade para que o personagem possa sobreviver psiquicamente à morte súbita do pai. Para tentar elaborar a dor, proteger-se dos sentimentos desconhecidos que o invadem, ele recorre ao “sonho” acordado, resgatando o herói de um filme que assistiu escondido, em que, inexplicavelmente, o personagem vai encolhendo até se tornar invisível. Scott Carré é Harvey, Harvey é Scott Carré, um elo metafórico em que a identificação com outro dá recursos pra nomear o que está vivendo”.
Márcia Leite, escritora e publisher da Pulo do Gato
Coragem de sonhar, de Maria Dinorah
(Moderna)
“O livro é delicado e traz os sonhos não apenas no título, como no delicado conteúdo da obra que marcou minha infância. Nele – e a partir dele -, me percebi encorajado a tornar os sonhos de infância realidade, enfrentar os desafios do mundo e da (futura) vida adulta com brilho nos olhos e esperança no coração, apesar das provocações do destino e das limitações de uma cidade pequena. Foi através dessa coragem que, aos 17 anos, coloquei uma mochila nas costas e decidi ganhar o mundo, saindo de uma cidade pequena no Rio Grande do Sul para a capital de concreto em São Paulo, há quase 20 anos atrás.”
Diego de Oxóssi, babalorixá e editor-chefe na Arole Cultural
Contos de Lugares Distantes, de Shaun Tan
(Cosac Naify)
O livro é uma espécie de série de cartas sonhadas. Começa meio sem começo e termina sem um final. Inicia-se na consulta a um sábio búfalo incompreendido e se finda com um amoroso salvamento. Entre a sabedoria e o gesto, o australiano Shaun Tan nos eleva a possibilidades de mundos que, ao mesmo tempo que nos parece estranho soa familiar. Entre os 15 contos, ou nestas cartas de imaginar lugares, tem um tantinho ali que é um presente: a preservação da utopia. “Preservação” mesmo, como um cultivo: história a história, a acreditarmos mais em nós mesmos e no viver comum. É tudo assim. Cartas de sonhos entre o fantástico e o possível, nos confirmando que ambos andam mais de mãos dadas do que imaginamos.
Cristiane Rogerio, jornalista e coordenadora do curso O livro para a infância na Casa Tombada
Memórias da infância
“Quando menina, em Manaus, nós gostávamos de correr na beira do rio. Na beira desse rio, nós pescávamos os peixinhos e tratávamos como as mães faziam… tinha água, tinha fogo, tinha terra… tinha tudo que a gente tinha de direito.” Nádia Tobias Yanim
*depoimento concedido à “Ciranda de Memórias “, 2014.
“A matéria dos sonhos é a memória; ninguém sonha sem ter vivido.” Sidarta Ribeiro
Desde o seu início, em 2014, a Ciranda de Filmes se dedica a reunir materiais e coletar depoimentos de memórias de infância, que acabaram por se constituir parte do nosso repertório de inspiração.
Nesse mosaico de histórias, participantes da Ciranda e pessoas ligadas a projetos parceiros que deram origem à este encontro, como o Território do Brincar e o Sementes do Nosso Quintal, revisitados nesta primeira edição da Ciranda Cirandinha de Filmes, dividem suas lembranças e afetos que sempre têm os mestres, a música, a brincadeira e a natureza na sua essência. Estas histórias e memórias nos ajudam a descobrir, a experimentar e a criar as nossas próprias narrativas e sentido da vida.
Acreditamos que para manter vivo o sentimento de compromisso de cuidar das crianças e jovens, do mundo e de nós mesmos, através de uma educação de qualidade em espaços co-criados e compartilhados, passa inevitavelmente pelo resgate, pela escuta e pelo acolhimento da nossa própria criança interior, valorizando seus sonhos, dores e afetos.
Seriam essas lentes, da memória, das artes e dos sonhos que nos permitirão criar e enxergar horizontes mais saudáveis, inclusivos e significativos?
Assista aos vídeos e navegue por algumas dessas memórias.
Escute outras na playlist “Memórias de infância” no canal Ciranda de Filmes no Youtube.