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Neimara Ramos Américo dos Santos

Nascida em Angatuba/SP em 29 de dezembro de 1974, é licenciada em Pedagogia, Ciências e Física. Em 2006 começou a lecionar na rede Municipal de Educação de Angatuba e há 9 anos trabalha na equipe gestora, primeiro como Coordenadora Pedagógica por 5 anos e nos últimos 4 anos como Supervisora Pedagógica do Ensino Fundamental II.

É professora de Ciências da Natureza da Escola Estadual “Ivens Vieira” do município de Angatuba desde 2018.

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Maria de Lourdes Gomes da Silva

Orientadora Pedagógica do CEI Agostinho Páttaro. Especialista em gestão Educacional. Mestre em Educação

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Olhares Olhares 2020

A escuta da Ciranda Cirandinha

por Luciana Ferreira Tavares, psicóloga e psicopedagoga, atua como psicóloga escolar e terapeuta colaboradora do Instituto Gestalt de Vanguarda Cláudio Naranjo

“Os cientistas dizem que somos feitos de átomos, mas um passarinho me diz que somos feitos de histórias.” Eduardo Galeano

Como uma grande espectadora escutei as narrativas das crianças e adolescentes na mostra Ciranda Cirandinha de Filmes, uma iniciativa da Ciranda de filmes. Adentrei na proposta um pouco com o pé atrás de como seria conduzir essa roda de conversa de forma virtual e, para minha surpresa, foi lindo de se ver e de ouvir.

Afinal, criança é criança, adolescente é adolescente e cinema é sempre cinema. E com a mesma vivacidade, leveza, autenticidade, as trocas aconteceram, com direito a tudo o que envolve quando estamos imersos no universo do cinema e da infância.

Na primeira roda de conversa, com crianças até 6 anos, o curta escolhido foi Mitos indígenas em travessia. Apresentamos a temática e passamos o curta, solicitamos para as crianças fazerem um desenho do que mais chamou a atenção e abrimos espaço para a fala. Um espaço aberto, fenomenológico e sem roteiros.

Da narrativa das crianças, a forma como cada uma interagiu com as imagens e a história foi mágico: dos animais gigantes, do menino que virou peixe, as crianças disseram quais animais escolheriam ser: onça, peixe, tartaruga, gato, dragão entre tantos outros possíveis. Um imaginário a céu aberto, que contempla o mundo com olhos de infância. A cada fala, adentrávamos um pouco na visão de mundo de cada criança, das construções que estão tecendo em relação a vida, ao que escutam e ao que elaboram: do menino que queria ser peixe veio a crítica de como o ser humano não cuida da natureza, do tanto de plástico que jogam nos oceanos e de como as tartarugas estão morrendo. E do descontentamento, um manifesto foi sendo construído: Não joguem plástico nos rios, nós somos os oceanos! Os adultos, ou melhor dizendo, eu, fiquei tocada com a sabedoria das crianças e suas infinitas possibilidade de vir a ser já sendo, simplesmente crianças.

Desenho de Vinicius Matheus

No curta Dona Cristina perdeu a memória, fiquei sem palavras e uma lágrima escorreu imperceptivelmente na minha face. O curta por si só já é profundo e lindo, somado a narrativa trazida pelo grupo de adolescentes foi de uma poética avassaladora. Iniciaram suas narrativas timidamente, falando da memória e da saudade dos avós que já partiram, para adentrar a reflexões profundas sobre perdas, dores, cicatrizes e das superações que contribuíram para o que eles são hoje. Falaram das suas histórias de vida, dos fatos marcantes e das cicatrizes que são relíquias da memória. Os adolescentes foram tocados pela narrativa do curta e abriram suas memórias afetivas e nos presentearam como quem confia um tesouro a alguém. Guardei cada pérola recebida na minha memória, como uma relíquia, assim como Dona Cristina fez com suas histórias de vida. Fizemos do espaço da cirandinha uma grande roda da memória, com alegrias e tristezas, relembrando o que nos atravessa e nos transforma.

No terceiro curta, Viagem na chuva, mesmo que com um grupo menor de adolescentes, foi de uma riqueza cultural costurada com os sonhos das jovens. De imediato, a adolescente faz uma releitura do curta relacionando com um outro com uma riqueza de detalhes que me fez calar e ouvir. E ao falar do que o curta tocou, adentramos no campo dos sonhos que sonhamos e dos processos que acontecem neste universo interior que mora na cabeça de cada um de nós. Falar de sonhos sonhados e de sonhos desejados transcende qualquer discurso racional e promove a conversa para outro patamar imagético: da jornada do herói para a jornada do eu, falando do que cada uma sonhava para a vida. É sempre uma novidade onde as narrativas podem caminhar, não dá para prever aonde que vamos chegar, o final tem infinitas possibilidades de ser e a jornada é a grande delícia de vivenciar.

Agradecida pelo convite e pela jornada vivida, me sinto inspirada e nutrida pelo encontro entre as narrativas costuradas pelo eu, cinema e imaginário.

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Luciana Ferreira Tavares

É formada em psicologia, pedagogia, especialista em psicopedagogia com mestrado em educação. Pesquisa a aplicação da gestalt no contexto infanto-juvenil. No consultório, atende crianças e adolescentes individualmente e em grupos. Atua como psicóloga escolar em uma escola inovadora em Belo Horizonte. Pesquisadora das narrativas da infância e da adolescência! Terapeuta colaboradora do Instituto Gestalt de Vanguarda Cláudio Naranjo.

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Ataliba Benaim

É gestalt-terapeuta, roteirista e documentarista de cinema e TV. Autor do argumento e roteiro de premiados longas-metragem como a animação infantil “Tito e os Pássaros”, dentre outras obras (filmes e séries) ficcionais e documentais, Benaim é também gestalt-terapeuta pelo Instituto Gestalt de Vanguarda Cláudio Naranjo, formando em Experiência Somática pela ABT (Associação Brasileira do Trauma) e um dos idealizadores do Percorrendo Masculinidades (@percorrendo_masculinidades) que realiza investigações e trabalhos terapêuticos com grupos de homens.

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Diário da Mostra

Teatro de sombras celebra o cinema e os sonhos na abertura da mostra

Para aqueles que não puderam assistir e também para quem quer rever, assista aqui a sessão que celebrou a abertura da mostra no dia 4 de novembro!

A contadora de histórias Andi Rubinstein que, na sessão Uma noite para sonhar, contará para nós histórias antigas sobre sonhos e sonhadores, deu as boas vindas ao público na noite que seguiu com uma deliciosa apresentação de teatro de sombras realizada pela Cia. Pavio de Abajour. Em seguida, as curadoras Patricia Durães e Fernanda Heinz Figueiredo anunciaram o programa Jovens realizadoras, que foi apresentado pelas próprias, composto por seis curtas-metragens de cineastas que, já no início de suas carreiras, nos presenteiam com obras incríveis!

Desejamos a todos ótimas sessões e uma ótima mostra! Nos encontramos nas diversas atividades que compõem a programação. Fiquem de olho na agenda completa e não percam!

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Olhares Olhares 2020

A escuta-cura: curadores, curadorinhos, curandeirinhos

por Ataliba Benaim, gestalt-terapeuta, roteirista, documentarista e colaborador da Ciranda de Filmes

Como seria uma mostra de filmes curada pelo olhar das crianças? A indagação surgiu lá atrás, quando eu e minha comadre Fernanda Heinz (idealizadora e realizadora da Ciranda de Filmes, junto com Patricia Durães) nos encantamos pela obra de Javier Naranjo, poeta e mestre colombiano que se dedica a investigar e estimular a filosofia nata e sem filtros das crianças da escola onde é professor.

Entre outras publicações, Javier organizou a pérola literária “Casa das Estrelas”, na qual compilou afirmações espontâneas, poéticas e filosóficas de seus alunos (entre 4 e 12 anos) sobre os mais diversos temas.

Empolgadas com a ideia de construir esta edição da Mostra em parceria com as crianças, Fernanda e Patricia me convidaram para elaborar dinâmicas em que adolescentes e crianças pudessem testar algumas obras da programação antes de seu início oficial. E que, sobretudo, fossem estimulados a expressar as correlações entre os filmes e suas vidas.

Honrado com o desafio, propus que a ação (batizada de “Escuta Cirandinha”) fosse a terceira parceria entre a Ciranda de Filmes e o Instituto Gestalt de Vanguarda Cláudio Naranjo, que vem ampliando sua atuação em atendimentos sociais com adultos, adolescentes e crianças. Com isso, recebi de presente o reforço mais que especial da Luciana Tavares, que além de psicóloga especializada em terapia com crianças e adolescentes, é também uma das gestalt-terapeutas do Instituto, assim como eu.

Juntos e com a ajuda indispensável de educadores e responsáveis, propusemos às crianças e aos adolescentes três dinâmicas riquíssimas, cada uma com uma turma de idades, cidades e regiões diferentes do país. Nelas, todxs soltaram o verbo e a imaginação. (Conto mais detalhes dessas “Escutas” abaixo).

Tenho certeza que plantamos sementes que poderão ser germinadas em outras experimentações nos próximos anos.  Assim, seguimos praticando o exercício de escuta atenta às crianças, para podermos nos reconectar com a sabedoria perdida e avançar para o começo.

Cito e disponibilizo aqui outra experiência que fiz, também inspirada pela admiração que tenho no trabalho de Javier Naranjo: o curta metragem “Pequenos Filósofos, Grandes Verdades” –

1.ª Escuta_Criança e natureza, um pleonasmo evidente.

Já imaginou o que o realismo fantástico das lendas indígenas brasileiras podem nos ensinar sobre como nos relacionamos com a natureza?  Como toda mitologia que se desdobra no tempo, cabem nessas histórias toda a sorte de interpretações e analogias, que poderiam resultar em publicações interessantes e cabeçudas.

Mas e se a gente substituir antropólogos, indigenistas e mitólogos por crianças de 4 a 6 anos? Imagine. Sim, as subjetividade dos pequenos sobre essas lendas as fazem ainda mais instigantes e amplas.

Foi o que fizemos nesse primeiro encontro da “Escuta Cirandinha”, pautados pela deliciosa tarefa de ouvir os mais novos curadores, reunidos pela Maria de Lourdes Gomes da Silva, coordenadora do CEI Agostinho Pattaro de Campinas, SP

Diante da síntese infantil , meu vício pela elaboração racional é confrontado de forma aguda e sou convidado a lembrar que a intelectualização deveria exercer um papel coadjuvante se eu quiser viver e sentir mais a vida do que tentar entendê-la. 

Joaquim, Sol, Helena, Elisa, Felipe, Sophi, Bárbara, Maria Luisa e Giovana assistiram atentas as três primeiras histórias da animação “Mitos Indígenas em travessia” : “EMA – do  Kadiweu, o Menino-Peixe, do povo Kuikuru e As Mulheres Sem Rosto, do povo Javaé, todos da região centro-oeste do Brasil.

O resultado dessa prosa foi um caleidoscópio hipnotizante que me deixou num vazio fértil onde só brotou a convicção de que, se quero me reconectar verdadeiramente com a natureza, preciso avançar para o começo.

*Mitos indígenas em travessia

Animação, Brasil, 2019, 22 min. Dir. Julia Vellutini, Wesley Rodrigues

2a Escuta_Dona Cristina perdeu a memória e nós ganhamos esperança.

O segundo filme posto à prova dos olhares atentos dos pequenos curadores foi um curta-metragem que tem nada menos que Jorge Furtado como um de seus roteiristas.

“Dona Cristina Perdeu a memória” foi assistido e debatido pela turma de 12 a 14 anos da professora Neimara Ramos Américo dos Santos, da Escola Estadual Ivens Vieira, da cidade de Angatuba-SP.

A síntese entre complexidade e simplicidade que o roteiro do filme propõe, foi captada em cheio pela Corina, Luana, Mariana, Vinicius, Karolina, Tiago, Vinicius Matheus e Bruno Henrique, que teceram várias observações sobre a história de amizade entre uma senhora com Alzheimer e um garoto curioso de 8 anos.

O curta da Casa de Cinema de Porto Alegre joga com a construção e a perda de memória, com o começo e o final da vida e sugere como esse espelhamento entre infância velhice pode se refletir em símbolos que nos questionam em qual fase da vida estamos e o que estamos fazendo desta fase.

Me marcou bastante quando, por exemplo, Vinicius percebeu-se equilibrando alegria e tristeza ao mesmo tempo durante o filme e esta experiência o conectou com histórias de superação pelas quais passou em sua breve vida de 13 anos. Pra mim, foi um recado de como sentimentos contraditórios são férteis se pudermos aceitar o diálogo entre eles.

*Dona Cristina Perdeu a Memória.

Drama, Brasil, 2002, 13 min. Dir. Ana Luiza Azevedo

3a Escuta_Viagens oníricas com meninas do Cariri.

O terceiro encontro da “Escuta Cirandinha” foi uma viagem com as meninas Ana Letícia e Ana Luísa, da Fundação Casa Grande, do Cariri, Ceará. A viagem-filme-conversa, organizada com a ajuda do educador Aécio Diniz, me fez lembrar que a psicodelia é inata e pode ser acessada gratuitamente, todos os dias.

Assistimos juntos ao curta de animação “Viagem na Chuva”, que conta a história de um menino, ou de um velho que vê a passagem da chuva ou de um circo. Que está feliz ou triste, que morre ou renasce, que sou eu ou você. Ou não.

Nessa dinâmica fiquei encantado com as falas reflexivas dessas meninas de 15 e 11 anos, que me mostraram que entendem muito mais de sonhos do que eu, que sou terapeuta e muitas vezes faço deles ferramentas do meu trabalho.

Talvez porque sonhos não sejam mesmo de “entender”, pelo menos da forma como me acostumei a significar (ou limitar) este verbo. Sonhos são muito mais de se deixar viver do que de se esforçar para entender.

Passamos um terço da vida neste estado onírico que nos arrebata todas as noites em um viver de emoções fortes, gostosas ou assustadoras, com pouca lógica e muita criatividade.   Quem tem a sorte de lembrar dos sonhos e reproduzi-los, tem à disposição um professor que ensina a ampliar a consciência transcender as possibilidades do viver.

Agradeço pela experiência de escutar essas meninas como se eu estivesse escutando uma outra parte de mim mesmo. De fato escutei.

*Viagem na Chuva

Animação, Brasil, 2014, 12 min. Dir. Wesley Rodrigues

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comKids

Em busca de conteúdos de qualidade que estimulem a criatividade, a curiosidade, a identidade cultural e a autoestima das crianças.

O comKids é uma iniciativa pautada pela busca de qualidade na produção infantojuvenil e pelo respeito, dedicação e cuidado com as jovens audiências. Trabalha com pressupostos conceituais como a responsabilidade social e o desenvolvimento cultural. Reconhece também a potência do momento atual do universo digital, em expressões e conteúdos audiovisuais, veiculadas em televisão, ou mesmo nas plataformas digitais e interativas.

O comKids articula-se continuamente com interessados no tema, sejam profissionais do meio ou educadores, por meio de portal bilíngue ( www.comkids.com.br ), assim como pelas redes sociais (Twitter, Instagram, Facebook, YouTube, estante Spcine Play) e publicações (catálgos, folders, etc.). Também realiza, ao longo do ano, oficinas com crianças e adolescentes e formações de professores, em um esforço por unir o audiovisual, a cultura e a reflexão a respeito da produção e recepção de conteúdos. Nessas ações, busca, igualmente, oferecer uma oportunidade para o desenvolvimento do letramento midiático dos participantes.

Em períodos mais específicos e intensivos do ano, realiza os Festivais comKids (Prix Jeunesse Iberoamericano, Primeira Infância, Não Ficção, Interativo), os seus principais eventos.

Festival comKids

O Festival comKids é um encontro que tem como objetivo: valorizar e premiar a criatividade, a diversidade e a qualidade nas obras audiovisuais e interativas dirigidas a crianças e adolescentes; estimular a produção de novos conteúdos no Brasil, na América Latina, Península Ibérica e também nos países africanos de língua portuguesa; e estreitar laços entre produtores, criadores, canais e demais profissionais do setor audiovisual. Paralelamente, são trabalhadas a formação de público e a difusão de conteúdo de qualidade, contando com a importante presença direta do público-alvo (as crianças e suas famílias) nas mostras presenciais, atividades educativas e em algumas sessões realizadas online por streaming.

A busca é sempre de que a infância seja fortalecida através da fruição de conteúdos de qualidade que estimulam a criatividade, a curiosidade, a identidade cultural, a autoestima das crianças, assim como seu senso de cidadania, solidariedade, respeito à diversidade e valorização da equidade social.

O Festival comKids é ainda um ponto de encontro para produtores e criadores de nossa região, promovendo e debatendo a qualidade na produção infantojuvenil. Durante os dias de festival, entre outras ações, realiza atividades que favorecem o entrosamento de profissionais do setor, a difusão de obras, a atualização profissional e a geração de negócios. E as crianças também estão presentes no festival, não apenas assistindo, mas debatendo e votando nas suas obras favoritas, por meio do júri infantil.

O comKids é um selo do Midiativa, com o suporte da Singular, Mídia e Conteúdo. Fazemos tudo isso com o apoio e parceria de organizações como o Goethe-Institut, o Sesc SP, a Spcine, além de outras importantes aliadas.

Conheçam o comKids ! Em 2021, haverá a celebração do Festival comKids Prix Jeunesse Iberoamericano uma vez mais, no mês de agosto, como de costume, e muita coisa boa vai rolar.

Saiba mais sobre o comKids!

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Ingrid Fernandes

Cursa Midialogia na UNICAMP, é produtora do filme A Escola é Nossa e também participou da mobilização secundarista em 2015.

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Othilia Balades

Cursa Ciências Sociais na UNIFESP e pesquisa a dinâmica de repressão e mobilização do processo de luta secundarista de 2015. Realizou o filme A Escola É Nossa, que retrata os primeiros momentos da ocupação E.E. Fernão Dias Paes.