Uakti era um Ser enorme que vivia próximo à aldeia dos índios Tucanos, às margens do rio Negro, na Amazônia. Tinha o corpo aberto em buracos. Quando corria pela floresta, o vento, passando através do seu corpo, produzia sons belíssimos, incomuns, envolventes. As índias encantavam-se por esses sons. Os índios enciumados, caçaram e mataram Uakti. No local onde foi enterrado, nasceram três palmeiras, cujos troncos os índios fabricam instrumentos musicais que, quando tocados, evocam os sons de Uakti correndo livre pela floresta.
Assim como o ser da lenda, o conjunto brasileiro Uakti – Oficina instrumental é capaz de produzir sons inimagináveis. A magia de sua música começa pela confecção de seus próprios instrumentos a partir de materiais do cotidiano: tubos de PVC, videos, metais, pedras, borracha, cabaças e até água. Tudo se transforma em som. Uma arte repleta de magia, sons e sentimentos. Sua música envolve e toca fundo, uma viagem fantástica através de um mundo místico e diferente.
O grupo é composto pelos músicos Paulo Sérgio dos Santos, Décio Ramos, Marco Antônio Guimarães e Artur Andrés Ribeiro.
O encontro do grupo com o Território do Brincar
A parceria entre o Uakti e o Território do Brincar teve início quando Artur Andrés foi convidado a compor a trilha sonora do mais novo marco do projeto: o longa-metragem que tem pré-estreia na Ciranda de 2015.
De maneira muito natural o trabalho aconteceu. Tudo se tornou especial quando perceberam a essência da afinidade de suas investigações: o idealizar e o construir que compõem o brincar. Assim como as crianças recolhem materiais do seu cotidiano para criar os seus brinquedos, Marco Antônio, o inventor-infante, cria instrumentos a partir do seu cotidiano, os seus brinquedos de musicar.
“Na língua inglesa, o verbo “to play” é utilizado tanto para a performance de um instrumento musical quanto para o brincar. Acredito que esta palavra represente bem a convergência entre esses dois maravilhosos trabalhos”, diz Artur Andrés.
Uakti fará uma apresentação musical na noite de abertura da Ciranda, logo após a exibição do Filme Território do Brincar.
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