O tom comum da terceira e última Roda de Conversa foi a integralidade, a importância do entendimento e valorização do todo. Com o tema “Maestria do Chão”, recebeu o coletivo Contrafilé (com as presenças de Cibele Lucena e Joana Zatz), a arquiteta e urbanista Beatriz Goulart e a bióloga e permacultora Mônica Passarinho Mesquita. Assim como aconteceu nas conversas anteriores, as convidadas rememoraram parte de suas infâncias.
Joana coloca que “território urbano não é físico, acontece em várias escalas”. Com esse pontapé a conversa discorreu sobre o uso dos diversos espaços – da maneira como foram construídos, o que trouxeram de simbólico em suas estruturas, o uso e a percepções que temos deles.
Beatriz Goulart, especialista em projetos que integram cada vez mais as escolas e outros lugares de educação, dá concretude à fala: para ela, o modelo arquitetônico das escolas é completamente segregador, serve para separar, apartar, vigiar e punir. Como se a vida e a cultura ficassem do lado de fora. “A compreensão de uma unidade foi perdida. A gente desenvolveu poros, olhos e ouvidos para as partes”, defende.
Mônica, atualmente à frente do Instituto Toca, fala com orgulho do processo integral que promovem e vivem na prática com crianças pequenas. E destaca a alimentação como um momento e instrumento de proximidade, convívio e entendimento de ciclos e processos da natureza. Novamente, a noção de que integramos um coletivo, de que as coisas estão interligadas. Lá, as crianças plantam, colhem, preparam, cozinham e comem. E até mesmo o banheiro foi construído conjuntamente – e integrando o ciclo completo do alimento, até virar adubo.
A finalização dessa roda aconteceu uma frase de Fritjof Capra: “Uma comunidade humana sustentavel interage com outras comunidades – humanas e não humanas”.