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7a. edição

“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”
Paulo Freire

Em 2021, ano de desafios imensuráveis e muitas dores individuais e coletivas para sanar, a Ciranda de Filmes retorna, desta vez em parceria com o Itaú Cultural, na Ocupação Paulo Freire, e com a plataforma Itaú Cultural Play. Nesta 7.ª edição, que acontece de 26 de novembro a 10 de dezembro, a proposta é conjugar coletivamente o verbo esperançar, homenageando o nosso grande educador, cujo centenário e legado são motivos de orgulho, celebração e reafirmação.

Ao voltar o nosso olhar, mais uma vez, para a infância e a educação, sem deixar de lado o imprescindível mergulho interior, procuramos levantar questões que nos mobilizem, nos fortaleçam e nos ajudem a resistir, como nos inspira Paulo Freire. É urgente transmutar nosso luto em luta, resgatar e reinventar experiências para garantir espaços de aprendizagem amorosos e inclusivos, e que estejam enraizados no diálogo respeitoso e livre. E, em um pensamento mais amplo, semear, cuidar e esperançar para ressignificar a vida em um planeta devastado.

Ciranda é um poema que se canta junto. Assim, esperamos dar as mãos aos novos amigos que vamos encontrar no caminho e abrir com eles uma grande roda para que juntos tenhamos mais força para emocionar e transformar. Nesse sentido, o paussarotrópiu que ilustra o cartaz desta edição, obra da artista plástica Naná Lavander, que vem cirandar novamente conosco, é repleto de significados para a nossa mostra. Da espécie zootrópio, que gira feito técnica de animação, só funciona se todos estiverem unidos, em movimento e na mesma direção, o que representa muito bem todas as cirandeiras e todos os cirandeiros, assim como o tema que nos propusemos trabalhar. 

Como nas edições anteriores, o olhar das curadoras mira no encantamento do cinema e nas práticas de troca e aprendizagem. O convite, aqui, é para imaginarmos e esperançarmos JUNTOS e AGORA uma sociedade mais bela, criativa e saudável, pois é assim que iremos alcançar modos mais justos e solidários de viver e educar.

curadoria

A seleção de filmes deste ano assumiu uma versão compacta e, tendo como premissa a valorização e disseminação da filmografia brasileira, buscou compor um repertório que amplie a nossa percepção e visão sobre as diversas conexões com os possíveis e incontáveis legados freireanos.

Três documentários traçam um panorama da educação brasileira hoje, retratando e refletindo sobre os desafios e as ações de sucesso: Pro dia nascer feliz e Atravessa a vida, de João Jardim, e o mais recente lançamento de Alexandre Carvalho: A quem interessa a ignorância?. Dirigido por Jorge Bodanzky, Utopia e Distopia visita um projeto de educação universitária em Brasília, nos anos 1960, sonhado por Paulo Freire e seus companheiros, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro – também educadores visionários. No filme, vemos uma universidade aberta, que revolucionou não apenas na arquitetura estimulante para o convívio social, mas também na proposta pedagógica. 

O cinema nos possibilita deslocar no tempo e no espaço para ativar um acervo de memórias reais e ficcionais. Ele nos inspira com sua poética, nos emociona e nos faz pensar. Do inédito nos cinemas Filho de boi, de Haroldo Borges, passando pela poesia imagética em forma de animação O menino que engoliu o sol, de Patricia Alves Dias, os documentários Entremarés, de Anna Andrade, Chão de Camila Freita, Meu nome é Daniel, de Daniel Gonçalves, até o tocante e histórico Central do Brasil, de Walter Salles, entre outros, os filmes apresentados nesta edição buscam a conexão das experiências e pensamentos de Paulo Freire com as questões urgentes do nosso tempo.

Além da seleção de filmes, pensamos uma programação paralela com Rodas de Conversa, uma Oficina de co-criação audiovisual para crianças e uma inédita Mostra de filmes produzidos por escolas e educadores – 1ª Mostra Escola Cirandeira – com a participação de profissionais da educação e da cultura para debater e refletir junto ao público as temáticas apresentadas na nossa mostra, em diálogo com a produção cinematográfica e os pensamentos do nosso homenageado, Paulo Freire.

 Acompanhe as novidades e os detalhes no nosso site e nas redes sociais e uma linda roda para todos nós!

Fernanda Heinz Figueiredo

Patricia Durães