Olhares

Sobre memória, imaginação e amizade

19/06/2016

“Cinema Paradiso” é um clássico, uma ode ao cinema e ao sonho. Entre memórias e a imaginação compartilhadas por toda uma cidade, vemos a construção de uma profunda amizade junto à composição de lindas sequências famosas do cinema. A amizade inspirando a vida, assim como o cinema inspira também.

O filme de Giuseppe Tornatore nos mostra a narrativa de vida do pequeno Totó. Tudo começa com ele já adulto, Salvatore, revisitando a memória de sua infância mesclada às imagens da tela grande. Lugar do sonho, Totó aprendeu sobre si na sala escura, viveu a vida dos personagens (enquanto criava a sua própria), se emocionou com eles e com seu amigo Alfredo, maestro das imagens, do mistério da projeção de histórias que saem da boca do leão.

Com toda poética do cinematográfica, vemos a passagem do tempo, o amadurecimento e a sensibilidade do protagonista sempre fortalecidos por Alfredo e pelo cinema. Quando Salvatore volta à sua cidade, sabendo da morte do seu amigo, ele faz uma visita a alguns lugares, entre eles o seu quarto de criança. Nesse momento, suas memórias transbordam como nossas nessa linda narrativa de vida que acompanhamos durante 2 horas.

Em sua sensibilidade, Alfredo deixa um presente à Salvatore: todos os beijos de diversos filmes que foram censurados na sala do Cinema Paradiso. Como os bons amigos fazem, ele o inspira a viver o que lhe falta. É como devolver à vida as cenas que não aconteceram. O filme acaba mas não a vida (nem a amizade que segue ecoando para sempre).

Para saber mais sobre o filme, clique aqui.

Texto: Vanessa Fort