ho-

me-

na-

gem

Mostra A Casa Redonda: uma singela homenagem à Maria Amélia Pereira, a Peo

Nós, da Ciranda de Filmes, acreditamos na importância de lançarmos luz sobre práticas educacionais ancoradas na cultura popular brasileira e que, portanto, tenham na natureza o seu lugar primordial de brincadeiras, descobertas, aprendizados e de saúde.

Em razão disso, e dos ensinamentos deixados pela pedagoga Maria Amélia Pinho Pereira, a querida Peo, com seu legado de luz, alegria e amor, refletido em suas práticas com as crianças da escola Casa Redonda, em Carapicuíba, resolvemos realizar, nesta 1ª Mostra Escola Cirandeira, uma homenagem exibindo algumas das belíssimas produções audiovisuais, realizadas por ela e por seus parceiros.

Fundadora e orientadora também do Centro de Estudos Casa Redonda, onde a formação é constante e inspira educadores de todo o País, Peo fez a sua passagem no último dia 2 de novembro de 2021. Para quem não a conhece, ela nasceu e cresceu em Salvador, num convívio intenso com a natureza e o mistério azul: a amplidão da linha do horizonte que comunhava céu e mar. E era assim, já em suas brincadeiras de criança, que a menina se encantava com os mistérios do mundo, curiosa em saber o que haveria do outro lado da fronteira que, segundo ela, não parecia separar, mas unir.

Foi em São Paulo, para onde se mudou em 1963, que Peo pisou firme no chão e criou um solo muito fértil para a educação de qualidade e as variadas experiências que seguem tendo, como matrizes, a escuta sensível, a cultura brasileira como identidade e a natureza como presença concreta para o divino, o brincar e ser; a natureza, ainda, sempre foi para ela o espaço essencial de aprendizagens – algo que compartilhava no convívio com as crianças, seu território de descobertas.

Na primeira Ciranda de Filmes, em 2014, Peo participou de uma mesa e nos deixou verdadeiros tesouros, como esses a seguir.

Não deixe de assistir os filmes escolhidos para homenagear a Peo e a Casa Redonda

Histórias de todo o dia

documentário, Brasil, 2000, 13 min, livre

Este vídeo expressa a resposta das crianças a um repertório sensível de ritmos, cantigas e danças enraizadas na cultura brasileira. Assim como acreditava Isadora Duncan: “Nunca ensinei passos aos meus alunos. Eu lhes disse que apelassem para seu espírito como eu apelei para o meu. Arte é apenas isso. Quero ensinar a centenas de crianças como deixarem suas almas encherem seus corpos que crescem com música e amor.”

Eu que me ensinou

documentário, Brasil, 2004, 21 min, livre

Este vídeo nos confirma o brincar como linguagem universal da cultura da infância. Suas falas e seus movimentos nas brincadeiras expressam e garantem sua iniciação ao conhecimento de si, do outro e do seu entorno – como nas palavras de Lydia Hortélio: “Cada brincadeira de criança é um gesto da evolução da espécie e contém o impulso de um desenvolvimento infinito.”

Caixotes

documentário, Brasil, 2008, 25 min, livre

Naves espaciais, navios de pirata, caminhões, ônibus, trens, aviões, motos, carros e casas de dois a quatro andares são alguns exemplos de construções que surgem a partir da utilização desses caixotes, objetos de manuseio acessível às crianças entre dois e seis anos de idade, quando brincam juntas num espaço que aposta na capacidade criativa como essência do processo de desenvolvimento do ser humano.

Eu quero história de boca

documentário, Brasil, 2011, 24 min, livre

A memória cultural se baseia no ensinamento oral da tradição, que é a forma original da educação. Ela consiste em deixar fluir e se manifestar através da fala, trazendo aquilo que foi passado de boca em boca. Neste vídeo as crianças contam suas histórias espontaneamente. Elas sempre solicitam histórias de boca e, a partir dessa experiência, criam, recriam e brincam suas histórias.

A Casa o Corpo o Eu

documentário, Brasil, 2013, 23 min, livre

A expressão “me ajuda a fazer EU”, verbalizada por uma criança de três anos, aponta para a necessidade de estarmos presentes e atentos à construção interna da psique infantil, que brincando tece, corporifica e estrutura espontaneamente sua identidade.