João Jardim tem um olhar aguçado para encontrar características surpreendentes em histórias reais. Com produção audiovisual versátil, o diretor conquista espectadores nas plataformas de streaming, salas de cinema e canais de TV. A partir de uma ótica singular, criativa e inovadora, seus trabalhos são marcados por temas sociais de identificação com os mais diversos públicos.
Esta preocupação está presente em seu mais recente longa-metragem, lançado em formato multiplataforma (salas de cinema, canal GloboNews e streaming GloboPlay). Em um roteiro cativante, “Atravessa a Vida” mostra a busca de adolescentes por um ensino superior. A conexão com a juventude não é algo inédito. A superação de obstáculos pelos jovens por meio da educação também foi tema do filme “Pro Dia Nascer Feliz” (2006), em que as lentes se voltaram para os diferentes contextos sociais nas escolas.
Na TV, João Jardim assinou a direção e produção de cinco séries no Canal GNT, disponíveis no streaming. Os crimes na internet foram pauta da ficção “Vítimas Digitais” (2019), com Débora Falabella, Mariana Nunes, Marcos Veras e Luis Lobianco. Em quatro seriados documentais se manteve conectado a temas atuais e urgentes. Discutiu a pluralidade de famílias e relacionamentos em “Família é Família” (2014/16) e “Amores Livres” (2015), a dependência química em “Compulsão” (2015) e foi um dos primeiros a falar sobre transição de gênero na televisão brasileira em “Liberdade de Gênero” (2015,2017).
Também assinou a direção da série do Fantástico “Nelson Por Ele Mesmo” (2017), que está no catálogo do GloboPlay. Nela, Fernanda Montenegro e Otávio Müller reuniram crônicas do dramaturgo Nelson Rodrigues. Na mesma emissora, dirigiu quatro episódios do seriado “Por Toda a Minha Vida”, entre 2006 e 2009, sobre Raul Seixas, Dolores Duran, Nara Leão e Elis Regina, com Julio Andrade, Nanda Costa, Bianca Comparato e grande elenco.
Nos cinemas, seu primeiro longa-metragem de ficção, “Getúlio” (2014), foi aclamado pela crítica e público, com mais de 500 mil espectadores. Estrelado por Tony Ramos, Drica Moraes e Alexandre Borges, o filme acompanhou os últimos dias do ex-presidente. No docudrama “Amor?” (2011) reuniu depoimentos reais de mulheres e homens que se envolveram em violência nas relações, no elenco Julia Lemmertz, Leticia Colin, Du Moscovis e Angelo Antonio.
“Lixo Extraordinário” (2010) foi o primeiro documentário brasileiro indicado ao Oscar. O filme, que codirigiu, conquistou prêmios em grandes festivais, como Berlim e Sundance. Seu primeiro longa “Janela da Alma” (2001) é um dos mais marcantes documentários brasileiros, até hoje muito comentado, foi premiado como Melhor Documentário na Mostra Internacional de São Paulo e no Message to Man International Film Festival, em São Petersburgo, entre outros prêmios. Seus filmes estão disponíveis no streaming.